Van Leeeuwen |
As atividades pré-congresso da Internacional da Educação começaram neste domingo e a delegação da CNTE participou ativamente das mesas de discussão sobre direitos LGBT e dos indígenas. Concentrados no tema Unidos na Diversidade, os participantes ouviram relatos e trocaram de experiências em reuniões de grupo sobre como promover a inclusão das minorias e combater a discriminação.
Fred Van Leeuwen, secretário geral da Internacional da Educação, abriu a mesa de debate LGBT dizendo que embora haja alguns avanços contra a discriminação, como o reconhecimento de uniões civis em vários países, por exemplo, alertou que crimes por ódio estão aumentando e há um grande número de professores que perderam seus empregos por causa de sua orientação sexual.
Para Van Leeeuwen, muito mais que combate à discriminação, os direitos LBGT tem a ver com respeito ao ser humano. "A educação deve estimular a tolerância e os direitos humanos e essa é a missão da nossa profissão", enfatizou.
A pesquisadora canadense, Gabrielle Richard, apresentou os resultados de um estudo com alunos professores sobre homofobia, realizado em Montreal. A pesquisa apontou a necessidade de promover um maior envolvimento dos professores nesse tema já que excercem grande influência sobre os alunos. Segundo Gabrielle, o que professores falam é percebido como verdade, daí a necessidade de sua formação para lidar com a diversidade na sala de aula e auxiliar no combate a todas as formas de discriminação. "Mas também é preciso melhorar as escolas e práticas de ensino que promovam a inclusão, com alterações no currículo escolar e com mecanismos de proteção e denúncia sem punição" afirmou.
Zezinho Prado, Secretário de Direitos Humanos da CNTE, apresentou a realidade dos direitos LGBT na
América Latina, chamando a atenção que em poucos países os avanços partiram da promoção de políticas públicas para o combate à discriminação. A maioria das conquistas vieram por via judiciária. Lamentou o fato de não haver dados sobre o universo da população LGBT e estatísticas sobre a violência contra homossexuais.
Zezinho relatou a experiência brasileira, na qual o governo do Brasil vem promovendo conferências nacionais sobre os direitos LGBT, com a participação da sociedade civil, e a aprovação de leis de proteção aos homossexuais. Disse que é preciso ir além. "Se partimos no pressuposto de igualdade, devemos pensar na adoção por casais homoafetivos, na licença-maternidade por adoção, os travestis devem ter o direito de usar o nome social em todo e qualquer lugar. Devem ter direito à atenção à saúde e de incluir o parceiro no imposto de renda" exemplificou.
Na opinião dele, os sindicatos devem se envolver mais no combate à discriminação nas escolas, uma vez que os sistemas educação na América Latina apenas matriculam, para justificar a inclusão, e não integram e ou se esforçam para que essas pessoas permaneçam na escola. "A escola é homofóbica e pratica uma violência simbólica muito mais eficaz que um tapa na cara",.
As mesas de discusão sobre direitos dos LGBT e indígenas continua nesta segunda-feira quando os grupos vão apresentar suas conclusões sobre o debate deste domingo.
Participaram das mesas, o presidente a CNTE, Roberto Franklin de Leão, o vice-presidente Milton Canuto de Almeida, e os secretários Marta Vanelli, Fátima Silva, Antonio Júlio Pinheiro, Heleno Araújo, Cândida Beatriz Rosseto, Zezinho Prado, Selene Michielin, Alvisio Jacó Ely, Marilda de Abreu Araújo, Iêda Leal, Claudir Mata, Rosilene Correia, Gilmar Ferreira.
Sobre o Congresso
Como afiliada à Internacional da Educação (IE) e à Confederação dos Educadores Americanos (CEA), a CNTE participa de eventos internacionais onde troca experiências com entidades de todo o mundo, enriquecendo o conteúdo do debate. O Congresso da IE é um evento que reúne representantes das mais de 400 entidades filiadas em todo o mundo. A sétima edição está sendo realizada em Ottawa, no Canadá, entre os dias 19 (pré-congresso até dia 21) e 26 de julho.
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